“Tipití, Paneiro, Peneira, Cesta e Tupé são objetos artesanais do cotidiano dos agricultores tradicionais. Ivanilda Batista, da etnia Mura, da comunidade Careiro Castanha, é uma guardiã do saber sobre a fabricação de artesanato com fibras naturais. A maioria dos moradores da região imigrou de outros estados brasileiros durante o ciclo da borracha e não possui mais esse saber tradicional. Nos workshops deste projeto, ela orientou os participantes na confecção de peneiras com Arumã (Ischnosiphon polyphyllus), uma planta encontrada no sub-bosque da floresta, e vassouras com Titica, uma cipó amplamente utilizada no artesanato. “O trabalho artesanal é muito importante para as pessoas do interior, pois faz parte da sua cultura, que está se perdendo com o tempo”, explica Ivanilda. “Com um olhar sensível e amoroso, compartilhamos ideias que fortalecem o movimento por um mundo mais sustentável e justo. A arte ecológica questiona todos os aspectos da sociedade, desde a produção de alimentos, as ferramentas no campo, até as políticas climáticas, trazendo uma nova perspectiva ecológica”, diz a curadora Nora Hauswirth. O workshop aconteceu no âmbito do projeto “Troca de Saberes entre Agricultores”, de 15/04 a 11/05/2021. Os participantes foram as artesãs Rosa, Neide, Ivanilde e Nilcilede, da etnia Mura, além dos agroecologistas dos ramais 14 e 32 da estrada de Autazes e membros da Associação Renascer em Purupuru, da comunidade Careiro Castanha, AM. Responsáveis pelo projeto: Emerson Vagalume, Chico Caboco, Nora Hauswirth.

O projeto foi realizado no âmbito do Programa Cultura Criativa – 2020/LEI ALDIR BLANC – PRÊMIO ENCONTRO DAS ARTES, do GOVERNO DO ESTADO DO AMAZONAS, com apoio do GOVERNO FEDERAL – MINISTÉRIO DO TURISMO – SECRETARIA ESPECIAL DE CULTURA, FUNDO NACIONAL DE CULTURA.”